A grande maioria das pessoas procuram responder esta pergunta levantando apenas o argumento da dificuldade de registrar os acontecimentos da vida de Jesus pela escassez de material para escrever. Entretanto, podemos elencar diversos pontos que contribuíram para o adiamento da escrita dos Evangelhos: A) Nem mesmo Jesus escreveu sequer uma vírgula de seus ensinamentos. Também não motivou os discípulos a escreverem, mas sim viverem seus ensinamentos. Era costume nessa época ainda transmitir os ensinamentos oralmente e não através de escritos. Dessa forma, os primeiros cristãos estavam mais preocupados em anunciar oralmente e através da vivência e do testemunho o Cristo Ressuscitado que “gastar” seu precioso tempo escrevendo. Afinal, o cristianismo ainda era um pequeno grupo, até considerado uma seita; B) Mesmo com a experiência do Cristo Ressuscitado, os cristãos inicialmente seguiram o culto judaico. Consequentemente utilizaram a Bíblia Judaica (nosso Antigo Testamento), sendo com mais frequência a tradução grega (LXX). Até a eucaristia era de caráter familiar, como no judaísmo; C) Os cristãos estavam tão centrados também na iminente vinda de Jesus (parusia – segunda vinda de Jesus) que não sentiram motivados em registrar os acontecimentos da vida de Jesus. Registrar para quem lê, se Jesus estaria por vir?
Portanto, os evangelhos só começaram a ser escritos quando: A) Os apóstolos que conviveram com Jesus (primeira geração) começaram a morrer (a maioria no martírio); B) Aumentaram os conflitos dos cristãos com o judaísmo; C) A parusia não foi iminente como se esperava e as perseguições aos cristãos passam a crescer;
Tudo isso começa a gerar uma certa crise de identidade e consequentemente a necessidade de escrever não só os acontecimentos, mas o testemunho, a vivência e a experiência do Cristo no meio de seu povo. Nesse tempo, já se tem passado uns 30 anos da crucificação de Jesus, o qual surge o primeiro Evangelho: Marcos.
Ir. Jackson, NJ
Fonte:irnovajerusalem
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