segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Falando em estudo bíblico...

1. FONTES PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS PARA ESTUDOS BÍBLICOS AVANÇADOS
- PAPIROS BODMER: é um grupo de vinte e dois papiros descoberto no Egito em 1952. Eles foram assim nomeados depois que Martin Bodmer (1899 - 1971, bibliófilo, estudioso e colecionador) os comprou. Os papiros contêm segmentos dos dois Testamentos e de algumas literaturas cristãs antigas. O mais antigo, P66, data de 200 d.C. Os papiros pertencem a Biblioteca Bodmeriana, em Cologny, na Suíça. Em 2007 a Biblioteca do Vaticano adquiriu dois dos papiros, P74 e P75.
* Manuscritos gregos:
- CODEX SINAITICUM (א, 01): é uma antiga cópia da Bíblia grega (AT e NT). Pertence ao texto padrão alexandrino, foi escrito no século IV d.C em letras maiúsculas em pergaminho. Foi descoberto no século XIX no Monastério grego do Monte Sinai. Embora partes do Códice estejam espalhadas em quatro bibliotecas ao redor do mundo, a maioria do manuscrito hoje está na Biblioteca Britânica.
- CODEX VATICANUM (B, 03): é um dos manuscritos mais antigos da Bíblia grega (AT e NT). O Códice é assim nomeado porque pertence à Biblioteca do Vaticano onde foi colocado desde o século XV d.C. Está escrito em grego, com letras maiúsculas, e foi paleograficamente datado do século IV dC. Os estudiosos o consideram um dos melhores textos gregos do Novo Testamento.
- CODEX (CÓDICE) BEZAE (D, 05): é um códice do Novo Testamentodatado do século V escrito em maiúsculas. Contém grande parte dos quatro Evangelhos e Atos, além de um pequeno fragmento da 3Jo, medindo 26 x 21.5 cm, com o texto grego na face esquerda e o texto latino à direita. Faz parte do texto padrão Ocidental. Durante os motins das Guerras de Religião no século XVI, quando análise textual se tornou urgente para os protestantes da Reforma, o manuscrito foi levado de Lyon em 1562 e entregue ao estudioso protestante Theodore Beza, o amigo e sucessor de Calvino que o doou para a Universidade de Cambridge, Inglaterra e ainda hoje permanece na Biblioteca daquela universidade.
** Manuscritos hebraicos
- CODEX ALLEPO EM FACSIMILE: O Códice de Aleppo (Keter Aram Tzova) é um manuscrito medieval da Bíblia hebraica. O códice foi escrito no século X d.C. Alguns testemunhos mostram que o Códice de Aleppo foi consultado por estudiosos judeus ao longo da Idade Média, e estudos modernos mostraram que ele pode ser a representação mais precisa dos princípios Masoréticos de qualquer manuscrito existente. Durante a Primeira Cruzada, a sinagoga foi saqueada e o códice foi transferido de Jerusalém para o Egito, pois os judeus pagaram um alto preço por seu resgate. Foi preservado na sinagoga do Cairo onde foi consultado por Maimonides. Em 1375, um de descendentes de Maimônides o trouxe para Aleppo, Síria, de onde vem sua atual designação. Em 1958, quando foi contrabandeado para Israel e hoje se encontra na Universidade Hebraica de Jerusalém.
- CODEX DE LENINGRADO: O Códice de Leningrad (ou Códice Leningradensis) é o manuscrito completo mais antigo da TANAK com texto masorético. É datado de 1008 de acordo com seu colofão. Atualmente seu texto está reproduzido na Bíblia Hebraica (1937) e Bíblia Hebraica Stuttgartensia (1977). Também é útil para os estudiosos como fonte primária para a recuperação das partes perdidas do Códice Aleppo. O Códice de Leningrado é assim nomeado porque foi pertence à Biblioteca Nacional da Rússia em São Petersburgo desde 1863. Depois da Revolução Russa os estudiosos o nomearam de Códice de Leningrado. A pedido da Biblioteca o termo Leningrado foi mantido até mesmo depois que o nome original da cidade foi restabelecido depois da dissolução da União Soviética.
*** Textos aramaicos (ou versões críticas para línguas modernas)
- TARGUM NEOPHYTI (BIBLINGUE): paráfrase da Bíblia hebraica em aramaico que data entre os séculos III e VIII d.C. Foi descoberto em 1949 por Alejandro Diez Macho na Biblioteca dos Neófitos em Roma.  As paráfrases do Targum Neophyti são significativamente diferentes daquelas do Targum Onkelos. Elas são consideravelmente mais expansivas. O idioma do Targum Neophyti é convencionalmente conhecido como aramaico palestino em vez do aramaico babilônico do Targum Onkelos.
- TARGUM ONQELOS (DO PENTATEUCO) EM INGLÊS E EM FRANCÊS*: é o targum oriental (babilônico) oficial da Torah.  Alguns identificam essa tradução como trabalho de Áquila de Sinope, daí o nome Onqelos.  O tradutor é único em evitar qualquer tipo de antropomorfismo para Deus. Antigamente o Targum Onqelos era recitado de cor como tradução de versículo por versículo enquanto se proclamava a Torah na sinagoga.
- TARGUM JONATHAN EM INGLÊS*: É uma paráfrase dos Nebiîm em aramaico. Seu início se deu em Jerusalém, mas foi terminado na Babilônia no início do século II d.C. O Talmud atribui a Jonatan ben Uzziel a tradução dos Nebiîm para o aramaico.
- Textos em outros idiomas antigos ou versões críticas de textos antigos
- ANTIGO TESTAMENTO EM SIRÍACO (Peshitta): é a versão padrão da Bíblia no idioma siríaco. O nome “Peshitta” significa "versão simples". O Siríaco é um dialeto, ou grupo de dialetos, do Aramaico oriental. O AT e o NT da Peshitta são dois trabalhos de tradução completamente distintos. O AT Peshitta é a parte mais antiga da literatura siríaca de todos os tempos, com a provável origem no século II d.C traduzido diretamente do hebraico anterior ao texto massorético. O NT foi traduzido do grego no século III.
- ARQUEOLOGIA DA ALTA MESOPOTÂMIA (EDIÇÃO CRÍTICA):útil para os estudos da Torah e dos Livros Históricos.
- RAS SHAMRA: A atual Ras Shamra chamava-se Ugarit. Foi uma antiga e cosmopolita cidade portuária, situada na costa mediterrânea do norte da Síria. O apogeu da cidade ocorreu de cerca de 1450 a.C até 1200 a.C. Em 1928 um camponês abriu acidentalmente uma tumba antiga enquanto arava o campo. As escavações descobriram um palácio real de 90 quartos e duas bibliotecas que continham textos diplomáticos, legais, econômicos, administrativos, acadêmicos, literários e religiosos. No topo do morro onde a cidade foi construída estavam dois templos principais: um dedicado a Baal e um a Dagon.
- BÍBLIA KITTEL: O hebraísta Rudolf Kittel publicou na Alemanha, duas edições de Bíblia Hebraica, sendo a primeira em 1906 e a segunda com pequenas revisões em 1913. Mais tarde, quando se tornaram disponíveis os textos massoréticos do Códice de Leningrado, Kittel  produzir uma terceira edição da Bíblia Hebraica, que teve um texto hebraico um pouco diferente e algumas notas de rodapé revisadas. Foi a primeira vez que uma Bíblia levou em conta o texto do Códice de Leningrado.
- BÍBLIA STUTTGARTENSIA: totalmente baseada no Códice de Leningrado publicada pela Sociedade Bíblica Alemã em Stuttgart. É uma revisão da terceira edição da Bíblia Hebraica editada por Rudolf Kittel. As notas de rodapé foram totalmente revisadas. Essas notas foram sendo acrescentadas aos poucos desde 1968.
- SEPTUAGINTA: A tradução do Antigo Testamento para o grego, acrescida de mais sete livros originariamente escritos em grego. É muito importante para os estudos bíblicos porque em vários casos, os pergaminhos do mar morto estão de acordo com a LXX e diferentes do texto massorético. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV AD. A edição mais importante é a romana ou sistina, que reproduz exclusivamente o Codex Vaticanus. Foi publicada pelo Cardeal Caraffa, com a ajuda dos vários peritos, em 1586, autorizado pelo Papa Sisto V, para ajudar nas revisões em preparação da Vulgata Latina, requisitada pelo Concílio de Trento.
- BÍBLIA POLIGLOTA COMPLUTENSE: é a edição oficial da LXX, baseada em manuscritos atualmente perdidos, é considerada bastante próxima aos mais antigos manuscritos.
- VETUS LATINA: é um nome coletivo dado aos textos bíblicos em latim que foi traduzido antes da Vulgata de São Jerônimo e se tornou a Bíblia padrão para os cristãos ocidentais de língua latina. A expressão Vetus Latina significa Bíblia Latina Velha (em oposição à Vulgata) e não que tenha sido escrita em latim antigo, ao contrário  trata-se de latim recente.
2. FERRAMENTAS PARA ESTUDOS AVANÇADOS:
- SINOPSIS DOS 4 EVANGELHOS, CONCORDÂNCIA, APARATO CRÍTICO.
3. LITERATURA RABÍNICA
Talmud e Midrash
Ir Aila Luzia, NJ (Doutora em Bíblia, Filósofa, Teóloga, professora da Faculdade Católica de Fortaleza e superiora do ramo feminino do Instituto Religioso Nova Jerusalém)

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